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Fringe
Posted outubro 3, 2008
on:- In: Fringe
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Eu tenho lutado há semanas para encontrar as palavras certas para falar de Fringe. E finalmente encontrei uma: segurança. Não sua existência em si própria, mas como um sentimento, e então, quando ele é retirado de você abruptamente e você acorda em mundo estranho e perigoso. Ou é o mesmo mundo?
Eu acho que não é. É um mundo quando você tem uma carreira de sucesso, com um trabalho que conhece bem, que faz brilhantemente e do qual gosta; quando você tem uma pessoa que ama e quer cuidar de você deitado na sua cama; quando sua maior preocupação é quê seu chefe possa descobrir seu caso com um colega de trabalho. Você se sente seguro, e de certa maneira, não está mesmo?
Mas então seu namorado é um traidor, você tem que trabalhar com fenômenos inexplicáveis, um cientista instável especializado em ciência de borda (Fringe Science) e seu filho também não muito confiável. Você definitivamente está voando sem a rede de segurança. E você não é o único.
A principal sensação que eu tenho quando assisto Fringe é essa: de que eu entrei em um mundo onde não se tem segurança. Não apenas em relação aos perigos obscuros que aguardam nossos três heróis (ou heroina e anti-heróis, ou quaisquer outras combinações de estereótipos que vocês preferirem que possa constituir uma referência curta e rápida aos três protagonistas) Olivia (Anna Torv), Peter (Joshua Jakson) e Walter Bishop (John Noble), mas em relação a uma salvaguarda psicológica também. Como a mente a sobrevive a uma reviravolta de tamanha dimensão? Eu, particularmente, ficaria paranóica bem rápido.
Porém é sempre bom assistir a esse outro mundo, esse mundo de sombras na televisão. Fringe, em sua retratação desse mundo, é muito boa. Em sua retratação dos conflitos humanos diante desse novo mundo acho que ela ainda anda a passos lentos, mas não acho que seja nada que prejudique muito a série nesse momento, em que ela acumula míseros quatro episódios e tem uma temporada inteira garantida pela frente. As atuações me agradaram no começo e depois passaram a me incomodar, mas isso talvez seja problema meu. Do roteiro, da direção intimista, da fotografia e da trilha sonora eu gosto muito, o quê deixa a série bem cotada comigo em termos técnicos. E quando eu coloco a lista de séries de terça no meu torrent e alinho os downloads por prioridade, Fringe fica atrás apenas de House. A série pode não chegar aos pés de Alias ou LOST, mas me agrada, e muito.
Duas traqueostomias em dois episódios? Seriously? Se tem algo que me mata em qualquer série médica, são os malditos procedimentos. Eu tenho verdadeiro pânico deles. Porém, a parte médica não importa tanto em House (para min pelo menos). Apesar de eu ter aprendido muitas coisas com House, a parte que sempre me comoveu na série foram os relacionamentos interpessoais e o começo dessa quinta temporada tem sido bastante rico nesse sentido.
Wilson parece mesmo estar deixando a série (se não estiver, me desculpem, mas não leio spoilers de House, isso é sagrado). Ele mal aparece no segundo episódio e no terceiro, sequer contamos com sua presença. E a verdade é que apesar de sempre ter amado o Wilson, ele não me fez falta. O motivo disso é obviamente a chegada do detetive Lucas, que entre outras coisas, tem com House aquelas longas conversas de que ele precisa para reafirmar seus princípios e escolhas em voz alta. Michael Weston e Hugh Laurie tem funcionado como uma máquina, a química de cena é incrível e os diálogos são de primeira categoria.
Além disso a presença do detetive também serve para que House possa desenterrar todos os segredos de seus pupilos (e suas famílias) e perturbá-los bastante enquanto estes tentam trabalhar. E como se não fosse o suficiente, ele começa a gostar de Cuddy e ela está gostando de volta! É incrível como nem House (por motivos óbvios), nem Wilson, nem Cuddy tem uma vida pessoal muito boa. Wilson conseguiu criar algo bom com Amber e ela morreu. Se eu fosse ele, iria querer partir também. Os pupilos ainda tem uma vida pessoal e social, mas os chefes do Princeton Plainsboro tem uma vida cujo foco é a carreira; tudo gira em torno daquele hospital. Adorei a idéia de ver Cuddy namorando e com alguém que não sairá correndo se House aparecer de repente no meio de um encontro e ficar pentelhando. Mas que eu quero vê-lo tentar infernizar os dois, eu quero.
Como se tudo isso não fosse suficiente, a presença de Lucas ainda nos revelou que House foi um líder de torcidas na faculdade! Pena que Cuddy não acreditou que pudesse ser verdade. Quantas piadas não poderiam ser criadas?
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