Séries Addict

Archive for abril 2009

Eu realmente preciso parar de assistir promos. Ou eles me deixam com altas expectativas, e eu acabo me decepcionando com o episódio, ou eles me deixam esperando o pior, e eu fico uma semana me torturando por um episódio que acaba por não ser nem de longe tão ruim quanto eu antecipava. Esse foi o caso Rose’s Turn.  Essa temporada teve tantos altos e baixos (alguns momentos simplesmente fantásticos e outros que me faziam querer bater no Marc Cherry de tão decepcionantes) que eu agora vivo constantemente desconfiada, só esperando pelo momento em que os roteiristas estragarão tudo.
Mas Rose’s Turn foi um episódio muito bom. Tirando a ceninha melosa entre Mike e Susan com a musiquinha mais melosa ainda no fundo, eu adorei cada momento. Até mesmo a maneira como Dave virou sua sede de vingança para cima de Susan foi bastante orgânica. Aliás, esse foi um dos poucos episódio que deu destaque a Susan e a todas as suas trapalhadas e conseguiu não me irritar. E acho que o segredo é a dose. O problema da Susan não é sua personalidade, mas o quanto nós temos que engolir dela. Sim, o roteirista conseguiu incluir mais duas piadas (ou foram três) sobre como a Susan é incapaz de cozinhar (uma gag explorada desde o piloto!). Mas o resto até que conseguiu não saturar ainda mais imagem da personagem, e me divertiu.
O episódio também teve uma boa dose de Katherine e todo mundo sabe que isso sempre me deixa muito feliz. Dana Delany fez um trabalho fantástico na cena na cama com Mike, o que também é sempre louvável, principalmente quando o texto não é exatamente excepcional. Pena que sua declaração de amor parece ter saído pela culatra. Será que essa cena ficará marcada como o inicio do fim para os dois e para Delany (o quê mais ela vai fazer na série?), com Mike voltando para Susan em breve? Como eu já comentei no Twitter, prefiro que Katherine acabe morrendo pelas mãos de Dave mesmo a ver a Dana presa a série sem ter muita utilidade e chances de mostrar seu talento. Acharia super legal se ela morresse para salvar o MJ (o novo alvo do Dave), pelo menos seria uma morte digna, ao contrário da de Edie (a despedida foi muito digna, mas ela morreu por nada).
No núcleo dos Solis e dos Scavo, nós continuamos com uma virada que está se provando muito produtiva criativamente. Eu nunca teria imaginado que os pares Carlos/Lynette e Tom/Gaby poderiam me agradar. Mas eu gostei do que a presença sempre sincera da Gaby trouxe a velha trama das inseguranças de Tom, porquê Carlos, Orson e Mike jamais teriam a coragem de dizer a ele o que Gabrielle disse, de ficar contra ele e tentar dissuadi-lo de ficar amigo de Patty antes que ele fizesse algo que não pudesse consertar e magoasse Lynette.
Já o Carlos ver a Lynette nua provavelmente foi só para dar combustível para os ciúmes do Tom, mas ver que surgiu uma espécie de afeto entre eles foi tão adorável. Ricardo Chavira e Felicity Huffman tem uma química estranha, mas tem química. Eu acho que eles jamais funcionariam como casal, porquê a tensão sexual é inexistente. Mas eles conseguem ser quase tão bom juntos quanto Eva Longoria e Doug Savant.
E por fim, Bree e Orson continuam na mesma chatice. Agora ela parece ter se cansado e está rumando em direção a um divórcio. Mas o Orson é instável, e obviamente não será tão fácil para ela sair dessa situação. Só fiquei com muita raiva que ela tenha descoberto que a vizinha estaria sendo mandada para uma casa de repouso, e manteve o segredo do marido sociopata e cleptomaníaco. Para protegê-lo e para se proteger, ela fez da pobre Rose uma vítima, sendo mais cúmplice que nunca dele. Eu acho que ao invés de se divorciar, ela deveria pensar nas coisas que ele tem feito, nas coisas que ele fez no passado (atropelar Mike), tomar noção de que ele foi parcialmente responsável pela morte de Edie e que também pode representar perigo para suas demais amigas e até ela mesma, e deveria denunciá-lo a policia o mais rápido possível. Do contrário, ela será tão culpada pelos crimes de Orson quanto ele próprio.

Quando acontece tanta coisa legal em um episódio que eu mal sei como comentar tudo em tão poucas linhas, é sinal de que os quarenta minutos foram de excelente qualidade. E nas minhas reviews de Grey’s ultimamente, eu sempre me sinto deixando algo interessante de lado, mesmo quando escrevo horroes. E para mim isso ratifica a competência do roteiro.

Não estou dizendo que todas as storylines de Sweet Surrender foram igualmente brilhantes. Eu gostei de umas mais do que de outras. Mas eu senti que todos os personagens tiveram seu espaço (com a exceção de Yang) e todos os atores estiveram muito bem. Chandra Wilson teve a trama mais dramática e o melhor material para trabalhar, e foi o destaque. A trama de Callie poderia ter sido melhor desenvolvida, mas foi bem-vinda, principalmente por Sara Ramirez ter tido bom material também. Pena que Jessica Capshaw ficou dividida entre as duas estórias e não rendeu. T.R. Knight recebeu alguma coisa para fazer, finalmente, e eu acabei de reparar que só sinto muita falta do George quando ele aparece. A progressão da doença da Izzie me deu pena, mas ao mesmo tempo foi uma trama leve por causa do planejamento do casamento. E a resolução do conflito entre Derek e Sloan foi a cereja no topo. Adoro esses dois!

MVP: Chandra Wilson, Sara Ramirez, Katherine Heigl

Texto publicado originalmente no site TeleSeries.

Quando séries ou realities shows vem para o Brasil, é sempre complicado. Por mais que eu goste do show, dificilmente eu aprovo a abordagem. Eles geralmente tentam fazer um pacote com todos os atributos mais conhecidos de nosso país, e exageram totalmente nos estereótipos. E America’s Next Top Model não foi exceção. Favela, Carmen Miranda, capoeira e até Helô Pinheiro e a música “Garota de Ipanema” foram todos abordados de cara, e ainda teve a pobre menina de classe média alta americana procurando pelo Oceano da janela do hotel localizado no meio da cidade de São Paulo. É impossível não ficar incomodado, principalmente por causa da diversidade de life-styles que torna impossível para alguns de nós (eu por exemplo) se reconhecer dentro desses clichês.
Porém, também não dá para ser muito dura com eles. Na Espanha eles vestiram as meninas de toureiras e fotografaram em uma arena, na África elas tiveram que se vestir de animais, e na Tailândia, fotografaram com um elefante. E essas são só sessões de fotos que eu consegui lembrar de cabeça, de ciclos que assisti (eu não vi todos). O show sempre trabalha com estereótipos, provavelmente porquê se eles não o fizessem, não teria muito sentido em se deslocar para outros países. Não é que as cidades não teriam nada a oferecer, mas até mesmo por questões de experiência televisiva para os espectadores, não seria tão legal mostrar São Paulo como uma cidade cosmopolita, moderna e não tão distante do que Nova York é (é claro que são cidades diferentes, mas dependendo das atividades escolhidas, poderiam terminar por serem semelhantes demais). Eles precisam criar esse tipo de identidade única, precisam mostrar aquilo que só é preciso encontrar aqui e em nenhum outro espaço do globo, e por isso tivemos a capoeira, o samba (talvez o elemento mais desnecessário, competindo de perto com a banda no Jardim Botânico tocando Garota de Ipanema), as favelas, as cores fortes e a chatinha da Fernanda Motta.
Mas pelo menos a equipe do Jay veio toda junto. Eu não lembrava do Jay ter uma equipe fixa antigamente, mas é óbvio que ele está trabalhando com as mesmas pessoas, o quê para mim é ótimo porque eu realmente amo o maquiador da equipe. Ele é super engraçado e até que fez um trabalho bem decente explicando para as garotas quem era Carmem Miranda.
O photoshoot foi ruim, mas foi bom. Pelo menos a minha favorita Allison foi super bem nele, e acabou sendo escolhida como a melhor foto. A Celia, de quem eu também gosto muito apesar da besteira que ela fez há alguns episódios atrás, teve uma foto péssima, mas eu acho que eles escolheram muito mal. Ela não foi brilhante, mas não é possível que ela não tivesse uma foto melhorzinha. A Natalie acabou saindo, apesar da Aminat ter conseguido ser mais medíocre que ela.  Deveria ter aprendido, além do fato de que São Paulo não fica no litoral, que jogar a culpa de uma foto ruim no fotógrafo ou no Jay é ainda pior que falar mal da coleguinha, é carimbar o passaporte de volta para casa na hora. Quem será que ganha? Eu adoro assistir o programa, mas sempre acho o resultado final injusto (ainda não superei a CariDee ganhando da Melrose no ciclo 7), mas isso é irrelevante, porquê eu nunca vi uma vencedora (ou uma finalista tampouco) virar uma super modelo.

Um dos elementos que mais tem me agradado nessa segunda temporada de Gossip Girl é a integração das famílias Van der Bass e Humphrey. Ou talvez eu já deva começar a chamá-los de Van der Humphrey agora que Chuck é o único Bass que restou. Eu gostei muito da trama da festa no episódio passado (que eu não consegui comentar, mil desculpas) porquê deu exatamente essa dimensão de família disfuncional e ainda não totalmente unida, mas ainda assim, família. Lily e Rufus podem ter decidido não se unir debaixo do teto milionário da cobertura do Palace, mas a solidez do casal inevitavelmente aproxima suas proles cada vez mais. A única coisa que estava faltando era Chuck.
Desde que foi adotado por Lily em You’ve Got Yale, o fato parece ter sido completamente esquecido. Chuck de fato voltou para o loft dos Van der Bass, mas em meio a péssima trama com a Sociedade Secreta e seus problemas amorosos com Blair, nós nunca o vimos se reintegrar a família. Nós sabemos como o relacionamento dele com Serena e Eric é (apesar de que nós nunca mais vimos os dois fazendo coisas de irmãos também, e eu sinto falta disso), mas Chuck ganhou uma nova mãe e um quase padrasto que ele odeia, além dos novos “meio-irmãos” e nós não vimos os conflitos, as sessões de entrosamento, os momentos estranhos e desconfortáveis, nada. Então é claro que foi da storyline de Jenny e Chuck que eu mais gostei.
Foram momentos bem breves, uma trama bem pequenininha e quase insignificante no meio de todas as outras coisas acontecendo, mas foi algo que realmente me tocou. Chuck mudou muito. Apesar de ele ainda ser meio canalha (um traço de sua personalidade que eu espero que não desapareça totalmente), ele percorreu um longo caminho do cara que tentou estuprar Jenny no primeiro episódio da série e que abandonou Blair no heliporto para transar com Amelia, para o cara que salva Lily da mesma exata situação em que ele tenta agredir sexualmente Jenny, que aconselha Nate a dar uma segunda chance a Blair para que seu melhor amigo e a menina que ama possam ser felizes juntos e que reconhece seu erro e pede desculpas a Jenny pelo que fez.
Então, ele pode ser um elemento não tão desejável naquele lar que está sendo construído, mas eu realmente acho que ele merece a chance de ser parte dos Van der Humphreys, e de ser amado e querido ali como qualquer um do quarteto. Contudo, eu também não condeno Jenny por soltar seu veneninho (adoro a Jenny bitch). Ela estava com a razão e ela mereceu as desculpas que recebeu. Se isso deve ser o suficiente ou não, eu prefiro não julgar. Mas seria interessante ver esses dois se aproximando (não romanticamente, fraternalmente mesmo).
Enquanto isso, o resto da família encontrava-se, ou melhor desencontrava-se em uma série de tentativas de mentira e mal-entendidos, em um jantar na casa dos Waldorf-Rose. Eu sempre gosto tão mais de Dan e Serena quando eles não estão namorando (e arranjando motivos para brigar) ou separados (e arranjando motivos para voltar), mas simplesmente tentam ser amigos e se ajudar. Ainda que seja óbvio que de alguma maneira Dan vai acabar na faculdade perfeita, foi bom vê-lo tentando ganhar algum dinheiro para ajudar o pai, porquê ele é realmente o único adolescente com alguma noção de realidade na série (apesar dessa noção às vezes se tornar pura chatice).
E o próprio exemplo de adolescente sem noção estava bem ali, na forma de Serena. Eu não sei como é a vida real dos adolescentes do Upper East Side, mas na minha realidade, minha mãe nunca se limitaria a ficar furiosa se eu fugisse para a Espanha com uma amiga, não desse notícias e voltasse semanas depois. Eu não sei ao certo se ela me jogaria pela janela do último andar de um prédio ou se não falaria comigo nunca mais na vida, mas ela certamente não me tiraria do castigo horas depois, mesmo eu tendo sido aceita em uma boa faculdade. E eu talvez ficasse chateada, mas saberia que ela tem razão. Porque mesmo com todo aquele dinheiro, que adolescente simplesmente foge para outro continente por uma semana só porquê estava de saco cheio da vida e se safa?
E ainda por cima, Serena retornou casada. Sim, porquê eu não engulo nenhum pouco aquele papo do Gabriel que poderia ser um servente que os casou, principalmente porquê o fato dele continuar envolvido com Poppy é no mínimo suspeito. Eu tenho certeza que esses dois estão armando alguma para cima da Serena, e ela está caindo que nem um patinho.
No núcleo Blair e Nate, os dois brigam. De novo. E se reconciliam no final. De novo. De todas as idéias que os roteiristas podiam tirar dos livros, eles escolheram logo a mais chata de todas, a incapacidade de Blair e Nate de ficarem mais de cinco minutos sem brigarem. Eu gosto do casal, mas quando eles começam a discutir é simplesmente insuportável. Eles quase se tornam Serena/Dan. A trama toda foi dispensável, exceto pela atuação de Leighton Meester, ótima como sempre. Embora Ed Westick e Taylor Monsem tenham sido os destaques na minha opinião, é sempre um prazer ver Meester compor as nuances de Blair. E aparentemente, ambos ela e Nate ficarão em New York. Nate vai para Columbia e Blair com certeza deve ser aceita na NYU com a ajuda de Cyrus.
Assim, o cenário da terceira temporada já se configura melhor. Nate, Blair, Chuck (que fará dezoito anos e se tornará presidente da Bass Industries), Jenny e Eric devem ficar na cidade, provavelmente Vanessa também. Serena por enquanto parece estar de mudança para Brown e Dan para Yale, mas em se tratando de GG isso pode mudar e eles podem até mesmo acabar na mesma faculdade.

Ashes to Ashes é uma série cuja recepção eu nunca entendi. Obviamente a série não é perfeita, longe disso. Mas não é apenas que as pessoas não gostam da série, elas parecem se frustrar do fundo de seus corações com o quão distante ela é daquilo que elas esperavam. E obviamente aquilo que elas esperavam é sua predecessora, Life on Mars. Eu vi Life on Mars, gostei, achei tudo muito inteligente, mas nunca fui uma fã hardcore. Eu também não sou uma fã xiita de Ashes, mas às vezes até parece, porquê eu sou a única pessoa que conheço que fala bem.
Mars e Ashes obviamente são diferentes. Mas acho que a principal diferença, pelo menos que eu senti entre as duas experiências, era que Life on Mars se levava a sério. Era uma série bem densa, inteligente, para pessoas inteligentes que gostam de uma bom drama. Talvez os produtores de Ashes to Ashes até levem o show a sério, mas o tom é bem diferente. Apesar dos mistérios, a série é mais irreverente, mas escrachada, é praticamente uma comédia. E eu a vejo para rir.
E em matéria de risadas acho que a estréia dessa segunda temporada teve o efeito desejado. Algumas piadas não foram boas (a do esgoto, por exemplo), mas é só o Philip Glenister aparecer em cena que as falhas do roteiro se compensam. Até os momentos vergonha alheia de Alex foram engraçados, ainda que continuem constrangedores.
Os momentos dramáticos também foram bons. Eu fiquei realmente agradecida pelo sumiço do palhaço macabro, e o perseguidor de Alex é desde já uma figura muito mais interessante. O rapto e tortura da Alex foi uma cena bem eficiente, mesmo sendo óbvio que Gene a salvaria, principalmente pelo aparecimento dessa nova e enigmática figura. Ele parece ser do futuro e ao mesmo tempo, ele consegue passar despercebido o suficiente para deixar coisas para Alex na delegacia e em sua casa. Ao fim ele lhe pergunta ao telefone: “Você será minha parceira ou inimiga?” Se eu fosse a Alex escolheria a opção em que não ser amarrada e medicada pelo Dr. Crazy não vem de bônus.
O outro elemento que tornou a coisa tensa foi a atuação de Keeley Hawes. Ás vezes eu acho a Alex muito gritalhona para uma policial treinada do século 21, mas até que aqui a histeria dela funcionou com perfeição. Apesar de algumas coisa incomodarem, eu gosto da Hawes e acho que ela tem química fantástica com o Philip Glenister. Não dá para saber se eles continuarão investindo na tensão sexual mal-resolvida entre os dois, mas pelo menos nesse primeiro episódio não houveram mais insinuações desse tipo e o casal de protagonista parece ter se assentado no respeito e afeto mútuos. Por mim tanto faz, desde que os dois continuem a ter ótimos diálogos.
Então, resumindo, o saldo do retorno da série britânica foi bem positivo. Eu me diverti horrores, matei saudades do Glenister, da Hawes, dos figurinos estilosos, das músicas que eu nunca ouvi na vida, das referências que eu não entendo (meus pais tinham doze anos em 1982, pelo amor de Deus), do Chris e da Shaz (com direito a cena de strip tease do Marshall Lancaster que me causou mais vergonha alheia que a Alex falando com o cachorro), do Ray e do Luigi e seu restaurante onde todo mundo vai, todos os dias e a qualquer hora, e ainda passei a me interessar muito mais pela trama da Alex no presente agora que ela parece ter sido duplamente encontrada.
E sobre o futuro, eu queria fazer um pequeno adendo sobre a cena inicial no hospital. O noticiário diz que Alex está desaparecida desde as dez da manhã. O relógio na parede marca onze horas. Se fossem onze horas da manhã, uma hora me parece pouco para o desaparecimento de Alex já estar sendo comentado no jornal, especialmente porquê ninguém sabe com certeza que ela foi levada como refém pelo bandido do começo da primeira temporada (cujo nome eu esqueci completamente). Porém, se forem onze horas da noite, isso significa que ela ficou várias horas no cativeiro sangrando após levar uma bala na cabeça. Eu sei que o forte da série não é plausibilidade, mas de jeito nenhum que ela teria sobrevivido. Mesmo que o relógio seja um erro, uma janela de tempo de um desaparecimento grande o suficiente para ser matéria em um jornal de Tv, é certamente uma janela de tempo grande demais para alguém que levou um tiro à queima roupa na cabeça, não?

Esse episódio foi uma homenagem a Edie Britt. E que homenagem! Foi impossível não me sentir tocada por aquelas que possivelmente serão as últimas estórias que verei dessa que foi uma das melhores housewives, e a quem não se fez justiça em muitas ocasiões, já que a personagem fora tratada muitas vezes como uma coadjuvante, e não como a protagonista que deveria ser. E foi impossível não sentir ao seu final que apesar desse ter sido o melhor episódio da temporada e um dos melhores da série, ele me deu mais uma razão para não retornar a série na próxima temporada. Não apenas eu sentirei falta demais de Nicolette Sheridan, mas a desculpa do corte de gastos que Marc Cherry deu não me desceu. Afinal, estamos falando de Edie Britt! Eu gosto muito de Orson, da Katherine (um caso totalmente a parte, mas outro dia eu falo sobre isso) e dos gays, mas se Cherry precisava tanto enxugar o elenco, eles eram opções um pouco mais viáveis, até porquê Cherry não parece saber o quê fazer com os gays (eles nunca tiveram trama) e Orson se tornou um verdadeiro chato.
Voltando a Edie, Look Into Their Eyes… é um episódio que pega a fórmula do décimo terceiro episódio dessa temporada e a explora a perfeição. É um espécie de coletânea de momentos não vistos, mas que definem de maneira fantástica o quê Edie Britt foi. Sincera e sem medo da verdade, Edie era a moradora de Wisteria Lane que menos se iludia sobre a própria vida. Enquanto todas as outras tentavam forçar suas vidas a um molde de perfeição que cada uma tinha em sua cabeça, Edie simplesmente encarava a realidade e tirava a sua perfeição dela. Talvez ela não tenha sido sempre feliz, e seu último dia de vida certamente não foi dos melhores, com a descoberta de que seu marido era um homem perigoso que planejava o assassinato de um de seus vizinhos (acho que nunca ficou realmente claro para ela que David queria Katherine morta, e não Mike) e que por pouco não a estrangula. Contudo, sua atitude era sempre positiva e sua força ultrapassava a tela, emanando de uma maneira que tornava ambas a personagem e a atriz Nicollette Sheridan uma presença única.
Foi maravilhoso descobrir que Edie visitava Orson na prisão quando Bree se recusava a faze-lo, mesmo seu envolvimento com ele tendo causado seu banimento de Wisteria Lane. E ver Susan e Edie enquanto ainda eram melhores amigas foi recompensador para mim, que sempre defendi que a melhor pessoa para contracenar com Teri Hatcher nessa série era Sheridan. O roteirista do episódio Matt Berry (Smiles of a Summer Night, The Gun Song) foi muito sensível estabelecendo que Edie, apesar da fama que tinha, não era uma mulher que tinha a ambição de destruir o casamento de ninguém. Uma das coisas que eu mais gostava na Edie era exatamente seu senso de moral. Podia não coincidir com os das demais housewives e o de muita gente, mas ela o tinha e definitivamente não era sua intenção deliberada magoar suas amigas. E tem é claro a maneira emocionante como ela ajuda Lynette a lidar melhor com a questão de seu câncer e sua confissão doída sobre Travers. Com tudo isso, acho que o flashback de Gaby foi o mais fraco, porém não descartável. Além da diversão proporcionada, a conversa final da duas chegou a me dar um pequeno calafrio pela forma como Edie afirma que morreria jovem.
Por fim, temos a narração irreverente de Sheridan, que não apenas substituiu Brenda Strong muito bem, mas deu um sofro de ar fresco a coisa toda. Eu amo a Strong, mas acho que seria tão bom se Sheridan alternasse de vez em quando com ela o papel de contadora da estória. Talvez eu só esteja sendo melancólica, porquê como já disse, sentirei muita falta da loura. Como Susan diz no final, Edie e Sheridan eram “one of a kind” e sua ausência deixa desde já um vazio que não passará.

Depois do episódio da semana passada, eu fiquei sem palavras. O problema não era só meu incômodo com o fato de ter sido Kutner a ter o já anunciado final trágico. Não foi uma decisão criativa dos produtores. O ator decidiu ir trabalhar para a Casa Branca e considerando que o personagem não teve desenvolvimento nenhum em dois anos de série, sua saída abrupta do show é desculpável. O problema é que Simple Explanation almejou ser um House’s Head/Wilson’s Heart e não passou nem perto.
De todos os novos pupilos Kutner era o quê eu mais gostava. Ele era o único desses três que não me fazia torcer constantemente para que ele saísse de cena logo. Ele não era um acerto gigantesco, principalmente se considerarmos que grande parte dos pacientes de House nos quatro primeiros anos conseguiram ser mais complexos que ele, apesar da desigualdade dos tempos de exposição ser colossal. Mas ao mesmo tempo, talvez exatamente por ter sido deixado de lado, ele não foi um grande erro como Thirteen e Taub, que sempre me parecem tão forçados. Eu não sentia como se ele estivesse sendo me empurrado garganta abaixo, então eu não queria que ele partisse; mas eu também não o conhecia o suficiente para me importar com seu suicídio sem sentido.
Então depois do episódio pesado, sombrio e nada tocante (para mim) que tivemos há uma semana, eu estava realmente preocupada em retornar a House. Durante grande parte dessa temporada duas storylines tem se desenvolvido em relação a House. Uma seria a de que House está mudando, ou está prestes a mudar. Essa é bem irritante, porque apesar de estarem dando dicas desde o comecinho de que algo iria mudar profundamente no médico, House não teve nenhum tipo de evolução linear. Eles criaram tramas bem promissoras como House usando metadona ou indo ao psiquiatra e não fizeram absolutamente nada com elas. E eu sei que eu deveria sentir/pensar que House não consegue mudar porque é da sua natureza tentar ficar igual e tudo mais, mas eu apenas conseguia ver através da coisa toda, com os produtores jogando com a idéia de mudar o House de maneira que eles acharam inteligente e sutil (e foi apenas chata) enquanto empurravam uma drástica mudança para os episódios finais.
E agora existe a morte de Kutner no meio de tudo isso, e eu não consigo deixar de achar que a grande mudança de House ser provocada pelo efeito do suicídio de Kutner nele  será algo meio brega. House precisava mesmo de um suicídio sem sentido como aquele para perceber que talvez ele não esteja bem? Fico preocupada que a equipe criativa de House tenha decidido jogar toda e qualquer sutileza pela janela.
A segunda storyline que parece estar sendo desenvolvida é a de que há algo de errado com House. Seu dom tem falhado e é claro que ele creditou isso a diversas coisas novas que haviam acontecido em sua vida, e as descartou imediatamente. Mas o problema parece ser independente de sua felicidade, seja através de Cuddy ou da metadona, e a aparição de Amber deixa claro que algo não está certo. Eu amei a aparição de Anne Duddek e eu ficarei extasiada enquanto ela ficar por perto (mais errado do que matarem Kutner, foi cortarem Amber do time e a matarem depois).
Depois de reler o que escrevi até agora chego a conclusão de que eu jamais deveria pular reviews de episódios importantes. Eu me torno totalmente verborrágica nas reviews subsequentes e até agora eu falei muito pouco do episódio que me propus a comentar. Então, sobre Saviors, eu estava apreensiva, mas acabei gostando do que vi. E podem vir aqui dizer que os problemas dessa temporada não são todos relacionados ao novos pupilos, mas a única coisa que sei é que Thirteen e Taub ficaram completamente nas sombras e esse acabou por ser um dos melhores episódios da temporada, se não o melhor.
Saviors não apenas trouxe Chase e Cameron de volta aos holofotes, mas também explorou tudo o quê a série tem de melhor. A relação de Wilson e House. Os velhos pupilos, seus sentimentos e relações, seus conflitos, e o fato de não importando o quão afastados eles tentem ficar, House sempre terá influência em suas vidas. Jogos, manipulações, segredos e quebra-cabeças. Um episódio leve e fluido, mas que levou em consideração a terrível tragédia que aconteceu. Foram quarenta minutos deliciosos de assistir e eu vibrei de verdade com o pedido de casamento de Chase para Cameron. Foi a cereja no topo do sundae. Será que os produtores poderiam manter as coisas assim? Pelo menos até o fim da temporada…

Eu achei que seria interessante publicar junto com a review do primeiro episódio de Harper’s Island a WebSérie que a CBS criou para a série. Além de ser vir como material promocional, a WebSérie e o Site servem para aprofundar a mitologia da série e nos introduzir melhor ao mistério dos assassinatos cometidos no passado na Ilha.

Na WebSérie Robin Matthews é uma jovem que vai trabalhar no Harper’s Globe, o jornal local, e cria um website para o jornal. Ela se envolve com Brent Cyr e por um momento tudo parece perfeito, até que ela se vê envolvida em uma situação não muito agradável. Até agora, eu gostei muito mais da WebSérie do que da série em si. Então eu recomendo que vocês assistam os vídeos.

* Contém Spoilers *

No último vídeo nós vemos Ben Hellington, o primo da noiva que morre logo no começo do piloto. Aparentemente ele teria sido raptado junto com o namorado da protagonista da WebSérie, a jornalista Robin Matthews, Brent e com isso nós descobrimos que os vídeos que estavamos vendo o tempo todo eram do primeiro assassinato da série. Esse vídeos também respondem a uma pergunta que eu via várias pessoas se fazendo em suas reviews do Whap: como o assassino pode estar em mais de um lugar na mesma hora? Porquê existem mais de um assassino.

Acho que de todos os defeitos desse piloto de Harper’s Island, o maior é o fato de que em nenhum momento eu consegui me envolver e ser carregada pela trama. O tempo todo eu estava assistindo personagens interagindo por meio de atores bem medíocres, para compor storylines pensadas e repensadas por um time de roteiristas que conseguiram se ater bastante a estereótipos e tramas batidas (e algumas, como a do ex-namorado que vai ao casamento a pedido do pai rico que não que a filha case com o menino pobre, deixando a mocinha bastante perturbada, é digna de novela mexicana), com uma trilha sonora que me pareceu algo que eu já ouvi em vários filmes do gênero se fazendo bem presente para nos dizer quando ficar tensos ou assustados.

Fiquei com a sensação de que tudo era encenado demais, e eu não consegui ficar tensa, assustada ou me envolver com aquelas pessoas. Nem mesmo Abby, que apesar de tudo parece ser a personagem mais interessante da série. Eu não posso dizer que não vá melhorar, contudo. A série tem potencial, mesmo que seja potencial para entretenimento descompromissado. Talvez se os criadores pararem de tentar torna-la complexa, ela ganhará fluidez o suficiente para nos manter engajados.

Enquanto isso não acontece, eu me reservo no direito de sentir muito vergonha alheia pelo casal louro e de não entender porquê toda produção de suspense precisa de uma criança assustadora, de não me importar com quem morrerá a cada semana ou em descobrir quem é o misterioso serial killer. Sim, isso significa que tentarei ver a série até o final, não importando o quão frustrante a experiência seja. Afinal, são só 13 episódios.

Texto previamente publicado no site TeleSéries.

Por Parks and Recreation ser uma espécie de spin-off não oficial de The Office, é impossível não compará-la com a série de Carrell. Porém eu não farei tal comparação. Não é nem uma questão de ser politicamente correta, ou justa. Eu vi apenas o piloto de The Office e isso já faz uns dois anos. Então apesar de eu conseguir perceber que o recurso narrativo é o mesmo, eu não tenho muita base para comparação.

Eu não achei Parks e Recreation a melhor comédia que eu já vi na vida, mas dificilmente eu gosto de pilotos de comédias. Geralmente o quê faz com quê eu continue é o potencial do argumento e o carisma dos protagonistas. E na minha opinião, Parks and Recreation possui ambas as coisas.

Amy Poehler sempre foi uma das minhas favoritas em SNL. Tanto que o envolvimento dela foi o grande motivo para eu conferir a série. E ela não me decepcionou. Sua Leslie Knope convence completamente como alguém totalmente sem noção e até mesmo ingênua, mas que consegue que não ser irritante em seu entusiasmo e otimismo extremos.

Então eu estou ansiosa para ver o que vem a seguir e descobrir se Leslie conseguirá de fato construir seu parque, e espero que Parks and Recreation consiga ser tão divertida e inteligente quanto o show da ex-colega de SNL de Poehler, Tina Fey.

Texto publicado previamente no site TeleSéries.

Quanto mais as coisas mudam, mais elas continuam as mesmas. O episódio final dessa temporada de Trust (e da série) traz muitos ecos do piloto. Ele encerra esse primeiro ciclo com perfeição e seu único defeito é ser exatamente isso, o fim de uma temporada apenas, deixando abertas tramas e trazendo em seu final um gancho que não será resolvido.

Em The More Things Change uma nova campanha milionária é ganha de Cochran e Mason se vê novamente em uma posição delicada, recebendo a oferta de uma promoção que o coloca em uma posição desconfortável. Há um grande jogo de poder, e apesar de Mason, Conner e Sarah acabarem retornando a pontos passados, a demissão de Tony e Cochran tomando a agência em um golpe seriam suficientes para construir novas e interessantes tramas para uma temporada subseqüente.

Porém enquanto Mason era laureado, a série tinha o destino oposto. Com a audiência fraca, ganhou exibição apressada pela TNT e foi cancelada. Uma pena, pois Hunt Baldwin conseguiu fazer uma série bem divertida e escalou um elenco ótimo. Eric McCormack, Tom Cavanagh e Monica Potter mostraram muito carisma e entrosamento, formando um trio protagonista formidável e Sarah Clarke, Griffin Dunne e Donna Murphy conseguiram dar dimensão aos seus personagens não tão interessantes, e que certamente apareciam de menos. Inclusive Dunne e Murphy tem apenas uma cena particularmente boa nessa finale e estão espetaculares, apesar da storyline clichê. E a principal razão pela qual eu sentirei falta de Trust Me é esse elenco, que em apenas dez semanas conseguiu me conquistar.

Texto previamente publicado no site TeleSéries.


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